sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Lugar-comum (por.Jonathan Rob Waves) rs

[Fórmula, argumento ou idéia já muito conhecida e repisada; in Dicionário Aurélio do Século XXI]

Dor. Esse é o lugar-comum de toda a humanidade. Dela nada se esconde, nada escapa, nada passa. Todos, em algum momento já foram feridos, magoados ou traídos. Antes da certeza da efemeridade humana, a única certeza concreta é a de que sofreremos um dia. Quando? Não se pode afirmar com certeza, talvez na infância seja a primeira vez, quando seu brinquedo favorito já está velho e quebra. Ou ainda quando se fratura algum osso, numa brincadeira que deveria ser feliz e acaba trazendo dor, sempre a tal dor.
O baque pior vem com a adolescência. Descobrir o mundo, que não é justo nem digno. Descobrir que as pessoas podem ser más, falsas e que podem lhe prejudicar apenas por não gostar de você. Ao se tornar adulto de fato, a maioria já está tão cauterizada, tão conformada, que não se importa mais. Lágrimas, dores, abandono, tudo parece ser muito normal, muito cotidiano, na realidade já faz parte do cotidiano. Hoje, boa parte dos relacionamentos já perderam a credibilidade “Se não der certo, tento de novo!” e assim muitos empurram os problemas, reunindo-os numa enorme bola de neve, resultando em desastres emocionais.
Potencialize-se isso com a tecnologia, que tem se provado uma verdadeira ponte entre os que a utilizam colocando pessoas em lados opostos, na maioria dos casos – excetuando-se aqueles que usam “sites” de relacionamentos, lógico.
A pergunta primordial antes de “Como as coisas se tornaram assim?” seria o por quê propriamente dito. E ainda mais importante, seria saber como as pessoas se permitem chegar a tal situação. A dor nunca vem sozinha, sempre traz de escudeira a solidão, que é inerente aos humanos. É da natureza humana querer superar, transpor barreiras, afinal vencemos desde os dinossauros até as bactérias não? Deveríamos ser capazes então, não?
A resposta é não. A dor parece se aproveitar da sua abstração. Vencemos dinossauros e bactérias por que são coisas perfeitamente palpáveis, logo destrutíveis. Mas como aniquilar algo que não se vê, que apenas se sente? Arrancar o coração do peito talvez resolvesse, mas não seria nada saudável. Suicidar-se não seria inteligente.
Enquanto essa questão não for resolvida, a dor continuará a percorrer os corações humanos. Quem sabe não haja solução, ter sentimentos e pensamentos não é uma tarefa fácil. Um amigo costumava dizer que o problema é justamente esse: pensar! Se não pensássemos, não nos preocuparíamos, logo a dor seria apenas outro sentimento, como o frio, por exemplo. E chegamos a um outro lugar-comum, onde somos seres impotentes contra algo que sequer podemos ver.


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Esse foi um texto totalmente aleatório. Se por algum acaso do destino se enquadrar(pelo menos na doce imaginação fértil de meus queridos e anônimos leitores) em alguma situação vivida por este ser que vos fala; entenda que foi exatamente um mero acaso.
Rob, abooo. (L)

2 comentários:

Anônimo disse...

Apenas umas verdade muda, que precisa ser anunciada...

Anônimo disse...

amiga, a cada texto eu fico mais tua fã! já disse, você é a clarice mais acessível do pedaço :D

é incrível, antes mesmo d'eu decifrar o que eu tô sentindo, venho aqui e *boom*

(tu já sabia!)

se a carreira de psico não der certo, abre barraquinha de vidente!

auheuhuahuehua :D